<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, novembro 29, 2005

Longe


Noites sem sono, à espera de um momento.
Contempla-se o silêncio…tantas horas perdidas!
Por momentos a ânsia domina o pensamento,
Foge-nos a razão... São ideias despidas…

Agora o tempo parou. No meu mundo entramos só nós.
O pudor fica lá fora. Agora estamos protegidos.
Silencia-se a discórdia. Por fim estamos sós,
Contemplando as diferenças… Despertamos os sentidos.

Longe, muito longe… Para lá do horizonte
Perdem-se as palavras e vivem as memórias.
Depositam-se esperanças, aprisiona-se o futuro.

Em busca da outra margem, cruza-se a ponte.
Liberta-se o ser, em busca de histórias.
Mas prende-nos a ira e corre-se em vão... Destrói-se algo puro…


Mas que pobre é o homem quando julga só o que vê,
Guiado pelo cego saber que procura insurgir.
E que cruel este silêncio, que nos afasta sem porquê…
Este muro surreal, que ambos ajudámos a construir.

Mas que loucos são aqueles que não acreditam...
Não se incitam ventos perigosos!
Por destinos encantados, estes nos arrastam.
Perdem-se no crepúsculo esses trilhos sinuosos.



José Martinho

28/11/05


This page is powered by Blogger. Isn't yours?