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sexta-feira, outubro 28, 2005

Medindo o imensurável absurdo...

Será possível quantificar o próximos que já estivemos de algo? Quanto nos faltou para a loucura? Será que algum dia tocámos a felicidade com a ponta dos dedos? Tudo está tão perto e ao mesmo tempo tão longe...

Tudo está ao nosso alcance, mas quase sempre nos foge por entre as mãos. É como se velejasse-mos num barco sem leme.

Onde ficou o amor...?! Para onde foi Aquele amor...?! Seria mesmo aquele...? Seria mesmo amor...? Se o foi, esvaneceu-se agora como a água da chuva se evapora, seguindo assim a sua sina, na necessidade de um dia voltara molhar a terra árida.

Todo o ciclo que se fecha anuncia uma nova etapa, uma nova porta que se abre, o começo de um novo ciclo.

A que distância ficámos do precipício...? Algum dia a sorte nos sorriu...? Talvez... e nós nem prestámos atenção. Julgáva-mos que fingia...

E o risco, pode ele ser medido...? Quase sempre sem sabermos, já nos podia ter acontecido quase tudo. O bom... o mau... e nós nem pensamos... vivemos, caminhamos e às vezes quase voamos...

Sim...! Quase sempre sonhamos...! Nos sonhos tudo está ao nosso alcance...
Tudo parece tão fácil...mas também ao acordar, tudo nos foge por entre os dedos da consciências... e de novo voltamos à vida... caminhando, arrastamo-nos por entre os homens, quase tocando os extremos sem nunca o adivinhar.

Quase que podia-mos ter padecido de algo, talvez algo fatal... mas alheios aos porquês, livramo-nos... Talvez o destino, quem sabe... talvez o acaso... quem sabe o vento... Quem sabe...!?

Por momentos chegamos a tocar no fundo... e de repente, ganhamos asas e voamos. Quase que atingimos o topo... quase sempre prevalece o "quase"...

E assim deambulamos uma e outra vez, neste labirinto confuso... nesta teia que nos prende e da qual nos recusamos a fugir... acomoda-se o Ego e ficamos conformados com o que temos... seja ele um punhado de areia ou o Mundo...

Sim, tudo é possível, afinal tudo está ao nosso alcance... à distância de um sonho... é só querermos, é só gritarmos e explodirmos contra nós próprios... contra as nossas amarras... é só querer, é só acordar...

Podemos cair, podemos desfalecer, mas em cada queda aprendemos a segurar-nos um pouco melhor.... ficamos mais fortes, ganhamos um novo fôlego e trepamos de novo...

Mas o cimo da montanha não se vê porque ficou coberto de nuvens. Pode ser já ali... ou talvez ainda tenhamos um longo caminho a percorrer... talvez o resto da vida.... ou quem sabe, o pouco que nos resta dela...

Se calhar o cume fica tão perto... se calhar era só querer... Se calhar era preciso correr... correr mais do que o tempo... correr atrás de tudo, nem que seja para perder tudo de novo... e esta dança não tem fim...só o tempo.

Talvez tudo comece com o acaso... e casualmente se liberte o génio das teias do demente, que dantes encarnara um simples vilão.

Até o sentido se perde por acaso. Mas quando...? Porque...?! Qual é o instante em que a razão deixa de o ser? A que distância fica tudo...?!

Talvez a uma dúzia de sonhos...
A uns quantos passos...
À distância de... eu quero, eu posso, eu sou capaz...
À distância de dois... Tu e o "Eu" que te trava...


27-10-05


José Martinho


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